Ecologia no Pantanal

Começo | Informações básicas | FAQ | Aquiduana | Miranda | Bodoquena | Piraputanga | Transpantaneiras | Fauna | Contatos | Referencias/ Literatura
Aquiduana

Por volta do último quartel do século XIX, a região viu-se envolvida na participação da guerra do Paraguai. Com o seu término e conseqüente desmobilização das forças imperiais, os elementos humanos já não empenhados no esforço da guerra, já não empenhados no combate aos índios (de há muito neutralizados); acantonados nas proximidades de Miranda, passaram a ocupar as terras existentes entre os vales dos rios Negro e Aquidauana, constituindo-se nos primeiros povoadores da região, juntamente com os já enumerados anteriormente.

aquidauana.jpg

Na época dada as condições ecológicas e geográficas da região, o tipo mais próprio de exploração era a pecuária além da agricultura de subsistência. Aproveitava-se as pastagens naturais e implantava-se o gado na região de Miranda, a qual tornou-se em pouco tempo um centro irradiador de expansão, o que se verificou tanto no sentido norte quanto no sentido leste e na direção de Corumbá.

Sem embargo, embora as terras do Pantanal fossem razoáveis para o desenvolvimento de uma pecuária de caráter extensivo, havia o desagradável fenômeno das cheias periódicas dos Rios Aquidauana, Miranda, Negro e afluentes que acabavam por provocar por algum tempo um completo isolamento dos fazendeiros com o florescente núcleo irradiador.

Com a constância do fenômeno, a repetir-se todos os anos, os fazendeiros da região foram levados à tomada de uma decisão: a criação de um outro núcleo que deveria se localizar em terras mais elevadas, que o deixariam imune a costumeira enchente do Pantanal Mato-grossense.

O núcleo serviria não só de ponto de partida para novas penetrações como também deveria funcionar núcleo habitacional; e primordialmente deveria acabar substituindo Miranda como entreposto comercial.

A idéia da fundação de um novo núcleo populacional; localizado em terra alta, fora do alcance das águas impetuosas das enchentes; com solos razoavelmente férteis para o estabelecimento de uma lavoura de subsistência; foi se amadurecendo e viu-se complementada com a necessidade de que o novo núcleo se localizasse em um ponto que fosse de fácil acesso aos campos de vacarias (proximidades da atual Campo Grande), que era uma passagem natural e obrigatória do gado que se dirigia para o mercado de São Paulo. Além disso, o caminho por terra era bem mais curto que o fluvial-oceânico para se atingir o referido mercado consumidor.

Após pesquisas preliminares na tentativa de se conseguir o local almejado, que também deveria ser atingido pela via de comunicação mais utilizada n época – o rio, escolheu-se como local adequado, o sítio situado às margens do rio Aquidauana, situado a montante desse rio, nos limites do Pantanal com as escarpas do Planalto. O local escolhido atendia satisfatoriamente as condições estipuladas para a instalação do novo núcleo.

O rio Aquidauana, no trecho em questão apresentava navegabilidade para barcos de pequeno calado, localizava-se em terreno não sujeito a inundação e sobretudo ficava mais próximo de campos de Vacaria, que podia ser atingido muito mais rapidamente subindo-se um pouco mais o Aquidauana, afluente do Miranda, até alcançar o planalto através da passagem feita por esse rio, hoje aproveitada pela Estrada de Ferro Noroeste do Brasil.

Perduram algumas dúvidas a respeito de ser de fato o rio Aquidauana afluente do rio Miranda. Geograficamente falando, nos pareceu ser o rio Miranda afluente e não o principal, apesar desse rio apresentar por razões históricas uma primeira penetração, que ficou conhecido nos primórdios da colonização como afluente do Paraguai.

Com a escolha do sítio onde se instalaria o novo núcleo, os fazendeiros da área, sob a direção do Major Theodoro Rondon, adquiriram, através de uma subscrição entre estes, uma gleba de terra do fazendeiro João Dias Cordeiro, no local denominado São João – simplesmente ou São João da Boa Vista, que abrangia uma estreita faixa de terra entre os córregos João Dias e Guanandy que serviriam para delimitar área do povoado que se instalava na margem direita do rio Aquidauana.

Posteriormente à compra do terreno, reuniram-se, sob a liderança do Major Theodoro Rondon, em 15 de agosto de 1.892 cerca de 40 fazendeiros da área em algum local próximo à atual igreja matriz da cidade; onde, dada a inexistência de um local próprio para se efetuar o encontro, acabaram por se reunir sob a copa de uma árvore cuja base sombreada teria sido ampliada com folhagens de “acury” para que todos pudessem tomar assento.

Neste encontro criou-se o povoado, sendo lavrada uma ata que é considerada depois do documento de compra da propriedade, o mais importante documento histórico do município.

Ainda nesta mesma reunião constituiu-se uma diretoria que deveria tratar da efetivação do novo núcleo, a qual foi constituída por cinco membros: o Major Theodoro Rondon, os fazendeiros Augusto Mascarenhas, Estevão Alves Corrêa, João de Almeida Castro e Manoel Antônio de Barros, os quais são considerados por tradição como sendo os principais fundadores do município, embora há que se considerar que todos os fazendeiros que se fizeram presentes à reunião devam ser considerados como tal.

Do mesmo encontro saiu o nome do novo povoado – Aquidauana – em homenagem ao rio que banhava as suas terras, tendo como padroeira Nossa Senhora da Imaculada Conceição, talvez pelo fato de ser o dia 15 de agosto, data referente à mesma uma vez que a ata é omissa nesse particular.

A partir de 1893, quase um ano após a reunião de fundação, começou-se a instalação das primeiras casas na área; e com a vinda de novos fazendeiros para a reunião, o incipiente povoado teve o crescimento desejado e em pouco tempo passou a ser um importante entreposto comercial, na margem direita do rio Aquidauana, conforme idéia original

A 140 km distante de Campo Grande  tem mais de 40 mil habitantes, a economia da cidade é baseada na agropecuária. A padroeira do município é a Nossa Senhora da Imaculada Conceição.

 Localizada no Pantanal, Aquidauana é um autêntico paraíso povoado por exuberantes espécies da fauna e flora que se espalham por uma imensa planície inundável.

Os espanhóis fundaram, no século XVI, às margens do Rio Aquidauana, o povoado de Xaraés que deu origem à cidade. Aquidauana foi fundada em 15 de Agosto de 1892, às margens do Rio Moboteteu, e implantada por uma comissão composta por militares comandados pelo major Rondon. Tornou-se distrito em 18 de dezembro de 1906 e ganhou título de município em 16 de julho de 1918.
Aldeia Indígena Limão Verde (com ruínas dos Xaraés), Casa do Artesão, Morro do Paxixi, Parque Ecológico da Lagoa Comprida, Distrito de Taunay (com a maior comunidade indígena do país), além do rio Aquidauana que é considerado um dos rios mais piscosos do Brasil, são locais turísticos de Aquidauana.

Em 1904, por Ato da Presidência do Estado de nº 217, de 06.05.1904, o engenheiro Major Cândido Mariano da Silva Rondon foi nomeado para proceder a medição e demarcação de uma área de 7.200 ha reservada para o aldeamento dos índios Teréna.

Em 1905, a área foi medida e demarcada.

Em 1914, foi vistoriada e aprovada a demarcação da área do Ipegue com superfície de 6.337 ha, pela Diretoria de Terras do Estado.

Em 1965, por despacho do Sr. Secretário da Agricultura, de 23.11.65, o Governo do Estado concedeu Título Definitivo de Propriedade do lote de terras reservado ao patrimônio indígena com superfície de 6.336 ha.

Em 1984, pela Instrução Técnica Executiva nº 014/DPI/FUNAI, de 18.04.84, foram designados servidores para procederem a aviventação, resultando uma superfície de 6.300 ha . Durante os trabalhos de aviventação a comunidade indígena se manifestou contrária aos limites e, pela Portaria nº 1.688/E/FUNAI, de 04.05.84, foram designados servidores para redefinirem os limite da terra, os quais concluíram que a superfície aviventada correspondia à área medida por Rondon em 1905 e que a comunidade reivindicava uma ampliação de 30.000 ha.

Em 1989, por meio do convênio firmado entre o TERRASUL e a FUNAI, a área foi novamente aviventada, apurando-se a superfície de 6.461 ha.

Homologada por Decreto nº 276, de 29.10.91, com superfície de 6.461 ha e perímetro de 33 km.

 

Ecologia de Populações